quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vai chover.

-Nem comento o abandono!


Na mão, um lápis e borracha.
No papel, milhões de frases rasuradas.
No final, um grande branco desgastado,

NADA.

Não há palavras que definam o não feito, não há

NADA.

Ô meu bem, escuta esse conselho,
mas ouça com carinho:
Aprenda que O amanhã não existe até que seja realmente O hoje,
e que hoje não é tarde demais pra se fazer o que deixamos pra amanhã.

E por favor,
nunca amargure a possibilidade.

Ou então,
as páginas da sua vida,
serão sempre escritas assim, em

NADA.

sábado, 17 de julho de 2010

Três urras pro caderninho achado!

-Depois de um milhão de anos na seca, com o resgate do meu caderninho, veio isso:

Noite fria de sábado em casa,
debaixo das cobertas eu olho pro telefone.

Por alguma razão você é sempre o primeiro nome...

Não resisto e te ligo.
Se você diz não, peço de novo, imploro,
suplico!

Agora o edredon é pra dois,
tá tudo perfeito, mas como sempre eu complico.

Mania minha de aumentar o diminuído...

Peço perdão você não aceita,
falo que se for preciso ajoelho, então você cede.

Não adianta, coisa assim, entre nós, não se mede...

Você me abraça e eu não tô mais aflita.

E é assim, meu amor, que a gente fica...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Na madruga

De madrugada, quando o sono não vem e você não tem outra opção, o que não ia ser escrito, acaba sendo...


2 aniversários, 2 anjos.



Me lembro como se fosse ontem, eu dormindo na inocência que só os sonhos trazem, diante de um mundo que pode mostrar uma realidade tão cruel. Seja lá qual fosse a minha devagação tranquilizante, ela foi interrompida por uma mão leve e carinhosa. Uma mão preocupada demais em ser solidária quando o desespero de uma perda há pouco havia afetado seus comandos.
O resto apaguei. Só lembro do abraço paterno e das lágrimas que escorriam descontroladamente. Acho que ficamos alí por no máximo dois minutos. No meu coração, uma eternidade.
Engraçado como a dor petrifica e eterniza alguns momentos e memórias. O amor também. A seis anos atrás, nessa data, estaríamos sentados na sala, almoçando juntos, rindo muito com as infâmias de alguns familiares, a vovó teria feito um bolo, ninguém ia comê-lo, e depois cada um ia voltar pro que estava fazendo... Se soubesse o pouco tempo que tinha teria aproveitado mais esses momentos.
Queria te ter aqui pra me levar pra comer pipoca na praça e jogar conversa fora no banquinho. Pra me empurrar na cama enquanto, eu que achava a maior graça do mundo nisso, não tinha nem força pra levantar de tanto que gargalhava. Queria ouvir sua voz mais uma vez me contando as piadinhas mais sem graças que já escutei, ou então me chamando pra assistir "A praça é nossa". Queria seu colo de volta pra me mimar do jeito que só você sabia.
Mas principalmente, e acima de tudo, queria você aqui pra ver algumas das minhas conquistas depois que se foi. Me lembro como você ficava todo bobo e orgulhoso de cada feito idiota. Era a certeza de chegar em casa e ter você e a vovó esperando com o bolo, novamente ignorado, que ela fazia.
Queria ter você aqui, pra te falar que se hoje sou o que sou, e tudo de bom que tem em mim e que adquiri durante esse tempo, eu devo em grande parte a você. Pra te dizer, Vô, que se um dia eu for um terço da pessoa que você foi já estou satisfeita. Pra te falar que você não foi só avô. Você foi pai, amigo, companheiro, protetor e hoje é ANJO.
E só o que me conforma em toda essa falta, é a certeza de que, onde quer que você esteja, vai sempre estar comigo. Porque quando você deixou esse mundo físico, deixou comigo um pedaço seu, e levou consigo um pedaço meu. O que me acalenta é saber que não foi um "adeus", apenas um "até logo".
Parabéns Vozinho, te amo. Hoje é o céu que está em festa, e celebra o nascimento do anjo mais bonito que por aí já passou.
(31/05/2010)

-Agora celebrando a vida de alguém que ainda está aqui:

Em um dia nefasto no ano de 2005
os deuses avistaram um ponto meio escuro,
no lugar do que devia ser uma alma.

A discussão teve início
e a dúvida era:
o que de tão bonito teria o poder de animar
tão partido ser?

Os mais ingênuos sugeriram presentes,
alguns gaiatos opinaram a favor de viagens pelo mundo.
Outros bem intecionados sugeriram uma paixão.

Até que, depois de muito debate, todos se calaram sem mais idéias.
Aí então, o mais sábio do deuses, aproveitando o silêncio, se pronunciou:
"Presentes acariciam o ego, mas não a alma.
Viagens te transferem fisicamente, mas não tem o poder de deslocar teu coração de uma angústia.
E a paixão, por mais bonita que seja, é chama. E assim como todas elas, um dia se apagará.
Eu digo: dê-lhem uma amizade. Que forma mais bonita de manifestação do amor já conheceram?"

Ninguém ali obtinha essa resposta. (E creio eu que até hoje não a tem)

Sem argumentos, ou melhor solução, os deuses me mandaram você.

Luz que ilumina minha alma nos dias mais obscuros, estrela que irradia calor nos dias mais frios.


Co, um dia você vai descobrir que não tem sorriso mais reconfortante que o seu, nem alma mais iluminada.
Parabéns pra você, que todos os dias, faz a vida das pessoas a sua volta, um pouco mais feliz. Dizer que te amo é um pouco redundante.
(05/06/2010)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Só mais um adeus

Cansei.

Cansei da procura frustrada
e de tentar me achar em outros.
Estou farta de dormir pensando no que me falta
quando na verdade tenho tudo.

Cansei dos falsos carinhos e afetos,
de meias verdades e palavras soltas.
Não aguento as pretensas demostrações de amor em busca de um status,
a eterna negação e medo de admitir.

Cansei de chegar na hora errada e sair na hora certa,
de querer quando não posso e poder quando não quero.
Chega dessa busca sem fim e de sentimentos insaciáveis,
dos rótulos e privações.

Me despeço desse meio, que faz questão de todo dia, me gritar que estou mais feia, mais gorda ou fora de moda. O mesmo que me convence que meu cabelo não presta, meu vestido é muito longo e meu salto muito fino (ou grosso).

Adeus.

Daqui pra frente sou
Eu,
Eu Mesma e
Meu Umbigo.


-Ultimamente está impossível de sair alguma porcaria dessa confusão colada no meu pescoço.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dia-a-dia

De manhã no metrô
O mundo parece homogêneo
- Tap Tap Tap -
A menina faz sua lição atrasada.

De manhã no metrô
Ninguém mais tem sono
- Zooom Zooom Zooom -
O homem dorme ouvindo seu rádio.

De manhã no metrô
Todo mundo está atrasado
- Tik Tak Tik Tak -

Corre o trabalhador
Corre sozinho
Que eu não tenho pressa, não senhor.



- Sábado uma voz linda me lembrou uma coisa:
"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar nos sonhos que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém"

Quem acredita SEMPRE alcança. Pode acreditar.

-Esse cansaço anda me causando uma crise de inspiração. Chega logo Julho, pelo amor de Deus!

Beijos e até a próxima.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Hoje me deu vontade de gritar à vida,
pedir à ela que pare de me pertubar!

Deu vontade de mandar que ela tomasse vergonha
e fosse cuidar de quem com ela não tem cuidado.

Vida, você não consegue ver que estou resolvida?
Não percebe que felicidade é meu sobrenome,
e com ela eu caminho de mãos sempre bem dadas
e a cada esquina que eu vou?

Pois minha felicidade mandou te dizer
que não adianta me enjaular
porque ela transcede esse corpo
ou outro qualquer que você resolvesse me botar.

Pare então com essa insistência de encher de conflitos,
de bombardear com suas baboseiras e irrelevâncias esse coração.
Pare com suas tentativas de deixar ele aflito.

Eu vou berrar no seu ouvido, Vida,
até você entender que pra mim não importa o que eles têm.
Porque viver já é o suficiente,
contanto que seja com quem me faz SER.


-Adivinha o que eu tava fazendo?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sem razão

-Dois posts em um dia é luxo.
O que a impossibilidade de malhar não faz com a pessoa...

-Ta aí algo de peculiar:


Sonho meu,
carrega até ele essa emoção
que eu sinto até desacordada.

Faz ele sentir
metade do que eu sinto
que já fico aliviada.

Mostra que
o limite desse amor
é o horizonte.

Mostra o céu,
mostra o mar
e mostra o monte.

Diz que sem ele não sou,
e que com ele eu vou
à qualquer lugar.

E pede a Deus,
à Shiva e Iemanjá,
pra desse sonho
eu nunca acordar.



- Engraçado como as vezes a inspiração vem desapegada de sentimento.
E perdoem-me a redudância dos sonhos, prometo que um dia eu acordo.

Au revoir

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pense

História, geografia, demografia, sociedade, economia, cultura, linguística, religião, estado, nação, mercado, moeda, fatores de produção, forças produtivas, planejamento, capital, tecnologia, mão-de-obra, força de trabalho, divisão do trabalho social, emprego, desemprego, subemprego, marginalidade, miséria, questão social, questão agrária, rural, urbano, reprodução humana, renda, lucro, salário, partido, sindicato, movimento social, legitimidade, legalidade, governabilidade, projeto, estatização, desestatização, grupo social, classe social, tradição, modernização, racionalização, produtividade, identidade, diversidade, provincianismo, separatismo, centralismo, federalismo, trabalhismo, populismo, corporativismo, nacionalidade, etnia, xenofobia, racismo, autoritarismo, fascismo, nazismo, socialismo, social-democracia, liberal-democracia, soberania, hegemonia.



Sem mais, até a volta!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Nada demais

-Baboseira:

Ponto de luz
em meio a pálido mosaico,
ilumina de prata
esse breu que poder ser a vida.

Não me importa se sua luz
não vem de dentro.
Quem de nós não passa
do mais puro reflexo?


-Um pouco de crítica:

Que o cavalheirismo há muito morreu, qualquer acéfalo está ciente, mas a esperança da solidariedade ainda dói em ser perdida.
Aquele que hoje é invisível pra você, carregado de malas e sacolas, pode ser, amanhã, a sua mãe. Ou se por ela não tem apreço, até mesmo você.
E aí eu te pergunto:
Qual é o limite da sua indiferença?

Bom é isso,
Adios.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Memórias aleatórias

-Só pra não deixar abandonado:

Ontem fui dormir e num sonho aprendi o que é o Sentir.

O sentir por um sofá cheio no fim de tarde ou um colo em meio ao desespero. Por um dia correndo na quadra ou um domingo de pista aberta. Por um amor de longa data ou uma paixão de sábado a noite. Por uma trilha de dez quilômetros ou uma tarde na cachoeira.

Só que hoje eu acordei e descobri que preferia não sentir, e ao mesmo tempo sentir demasiadamente, a cada milésimo de segundo.

Um sonho me ensinou que amar é uma eterna procura, na qual, esporadicamente, a gente se acha.


Brandon disse: "Sometimes I get nervous, when I see an open door"
Eu também.

Fiquem com Deus, mas não contem a Maria.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Morri.

E olha que hoje ainda é quarta.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Muita coisa

Hoje é post triplo.

-Primeiro os mais velhos (a inspiração é meio óbvia):

Pacific Beach - créditos a Nathildes

Once I dreamed of a window
and through it emerged in the imensity of a blue sea.
The water dragged my soul
and carried my heart along with the waves.

Woke up that night,
my plane flew me a long way
to destiny's door.

Ran free on Mission's fields
and it's rollercoaster shook my old beliefs,

La Jolla's breeze wiped all I had inside,
my foot a step back from Earth's true paradise.

But it was in Pacific that I found
that could water cofounds with skin,
skin imbibes the sunset in attempt to breathe.

And the endless sunset turns into life, asking me:
Are you still kind of torpid,
or am I and all my baggage
a sweet and real Dream?

26/10/2009
(Perdoem-me, se eles houverem, os erros gramaticais e até mesmo de coesão e coerência. Fica mais difícl quando não é nossa primeira língua de domínio.)


-Chega de nostalgia e vamos a um pouco de protesto. Agora ao invés de velho, emprestado:


Rua Viúva Lacerda, Humaitá - créditos a papi


Morro do Bumba, Niterói - créditos a desconhecido

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

-créditos a Cazuza.

Meu caro Jorge Roberto, estou com você. Realmente não há como prever que lugar de ser humano morar não é no lixo.


-E finalmente vamos ao novo (hoje foi a aula de Sociologia Clássica que deu seu empurrãozinho.):

Weber e a política espiritual,
Durkheim e seu fato social,
Marx contra o capitalismo animal.

Obama, Lukashenko e Fidel
devolvam, por favor,
o meu jornal.

Por hoje é só. E a inspiração antropológica que me renderia pontos amanhã, obviamente, foi a única que não veio. Quem disse que a pressa era inimiga da perfeição, esqueceu de uma inimiga mais importante: a pressão.

Fiquem com Buda, que Deus tá ocupado.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Teste


Abrolhos - créditos a mim (Foto remetente ao texto: todo mundo tem o seu farol.)

Pra quem já sentiu que estava perdido em sua própria linha do trem, ou que um trilho lhe foi tirado, ou até mesmo nunca posto:

Temporariamente me perco,
Adentro o labirinto do vazio
E me deixo absorver
Por nada mais que o inexistente.

A caixa que habito,
Transporte do meu dia-a-dia,
A mesma que lhe entrego,
Apaga-me a luz do que vai além da alma.

Em um baque repentino
Inspiro o dégradé de um pôr-do-sol,
Sinto o tocar do lirismo desconhecido (ou não reconhecido)
Ou o simplismo de uma noite de céu aberto.

Lembro-me então
Que o abstraído da rotina carrega em si
A claridade do inominável.

-Vomitado hoje durante a aula de Biologia Animal I.
P.S.: Que fique claro que as Biociências também trazem inspirações. Sejam elas numa viagem introspectiva (como no caso) ou simplesmente em estudar a sua beleza própria.
P.S.2: Tatuagem formuladérrima - Que as minhas nunca se apaguem, e que as costelas aguentem.

Um beijo e um queijo.